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quinta-feira, setembro 19, 2024

Baixa Cobertura Vacinal Contra Poliomielite Preocupa Autoridades em Santa Catarina

A poliomielite, doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças de até cinco anos, foi erradicada no Brasil há 30 anos graças a campanhas massivas de vacinação nas décadas de 1980 e 1990. No entanto, o recente baixo índice de imunização tem causado preocupação quanto a um possível retorno da doença. Um levantamento do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em conjunto com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), revela que a última cobertura vacinal contra a poliomielite no estado foi inferior a 50% do ideal, motivando investigações sobre falhas na conscientização e divulgação da importância da vacinação infantil.

Dados Alarmantes

O Promotor de Justiça Douglas Roberto Martins, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública do MPSC, apresentou dados da DIVE que mostram um cenário preocupante. Durante a campanha de vacinação entre 27 de maio e 14 de junho, foram aplicadas 15.264 doses de vacinas injetáveis contra a poliomielite (VIP) em crianças menores de um ano, além de 168.633 doses de vacinas orais (VOP) para crianças de um a quatro anos. A cobertura vacinal para a VOP atingiu apenas 43,43% do público-alvo, bem abaixo da meta de 95%.

“A campanha terminou com números alarmantes de cobertura vacinal. Por isso, estamos sugerindo às Promotorias de Justiça que, respeitada a independência funcional dos membros, analisem os dados coletados junto à DIVE em relação à quantidade de doses aplicadas e o percentual de cobertura alcançado em cada Gerência Regional de Saúde e em cada município,” explicou Martins. “Assim, poderão avaliar a necessidade de atuar nos casos de baixa adesão à campanha, investigando possíveis ineficiências ou omissões do poder público em atingir a cobertura vacinal mínima.”

Medidas Propostas

O Promotor de Justiça sugere que as Promotorias, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, explorem formas de diálogo, esclarecimento e convencimento dos pais sobre a importância da imunização. Ele destaca a possibilidade de buscar o apoio de médicos e profissionais da saúde respeitados no município, que tenham vínculo com as famílias, para reforçar a mensagem.

Riscos da Baixa Imunização

A poliomielite pode causar paralisia infantil em membros superiores e inferiores, sendo crucial manter altos índices de vacinação para evitar surtos. A baixa adesão às campanhas de vacinação não só coloca em risco a saúde das crianças, mas também ameaça a erradicação da doença alcançada com tanto esforço.

Veja as porcentagens de vacinação contra a poliomielite em SC

(Fotos: Divulgação / MPSC)

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