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sexta-feira, novembro 22, 2024

Acionistas lesados pela VR Brasil criam associação para representação jurídica

Pelo menos 2500 pessoas sofreram prejuízos ao investirem na empresa do mercado imobiliário com sede em São José, que prometia retorno de até 3,3% ao mês.

Cerca de 350 acionistas prejudicados pela VR Patrimonial, conhecida como VR Brasil, empresa do setor imobiliário de São José, criaram uma associação para representação jurídica de forma conjunta. O principal objetivo da entidade é recuperar os investimentos perdidos. Estima-se que o prejuízo financeiro aos cotistas seja próximo a R$1 bilhão.

Fundada no final do mês de maio, a entidade denominada Associação dos Cotistas Lesados da VR Brasil (ACLVR), presidida por Alessandra Batista Cunha, vem ganhando rápida adesão. O movimento já atua de forma direta para que o caso tenha celeridade, inclusive com representações no Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

Seduzidos pelas promessas de rentabilidade entre 1,5% e 3,3% ao mês sobre os investimentos, os cotistas aplicavam valores altos nas contas da empresa do setor imobiliário que atuava no mercado de gestão de patrimônio. Os pagamentos prometidos aconteceram normalmente até o início de 2024, quando a VR Patrimonial parou de distribuir os rendimentos aos investidores.

Alguns dos cotistas tiveram a vida completamente afetada pelo calote. Há relatos de pessoas que venderam os imóveis onde moravam para aplicar o dinheiro nas ações da VR Patrimonial e, com a falta de pagamento, estão sem ter onde morar.

Levantamentos iniciais feitos a partir de documentos disponibilizados pela própria VR apontam que ao menos 2500 pessoas foram lesadas pelo esquema. Contudo, estima-se que o número total passe de cinco mil pessoas espalhadas por seis estados do Brasil.
O caso se agravou a partir da segunda quinzena de maio, com o falecimento do CEO da empresa, Márcio Ramos, vítima de um acidente motociclístico. Mas a VR Brasil já dava indícios de instabilidade financeira há alguns meses – como citado, a irregularidade nos pagamentos da rentabilidade prometida acontece desde o início de 2024.

O caso já está sendo investigado criminalmente pela Polícia Federal e também pelo Ministério Público Federal. Na seara cível, a ACLVR ingressou com representação junto ao MPSC visando a responsabilização de todas as pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema, com o objetivo de ressarcir os cotistas lesados. A associação também acompanha o pedido de Recuperação Judicial feito pela VR poucos dias após a morte do CEO.

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