A VR Brasil Patrimonial, uma empresa de investimentos imobiliários, está sob suspeita de aplicar o maior golpe financeiro da história de Santa Catarina. Parte dos bens da empresa foi apreendida pela justiça após um dos credores ter alegado prejuízo devido à falta de retorno do investimento.
A dívida total da VR Brasil é de quase R$ 1 bilhão, envolvendo 2.240 investidores que esperavam um retorno financeiro acima da média do mercado, conforme prometido pela empresa.
Um dos investidores entrou com um processo judicial para impedir que a empresa utilize o valor devido. A decisão judicial determinou a apreensão de R$ 978.841,40 em bens móveis e imóveis da empresa, para garantir o pagamento futuro da dívida, em um processo conhecido como arresto.
O que é arresto?
Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público, o arresto é uma medida judicial que visa proteger o credor, apreendendo os bens do devedor para garantir o pagamento da dívida. Os bens arrestados permanecem sob posse do devedor, mas ele não pode usá-los.
Caso a justiça considere que os bens arrestados podem quitar a dívida, pode decretar a penhora, que toma judicialmente os bens para pagamento da quantia devida. Diferente do sequestro de bens, que ocorre quando a justiça toma posse de um bem disputado por várias partes até que se decida o proprietário, o arresto é preventivo.
Manifestação do advogado da VR Brasil
Ângelo Coelho, advogado da VR Brasil, afirmou que o pedido foi feito individualmente por um investidor, sem consultar os demais credores. Ele criticou a decisão, alegando que ações individuais não protegem a coletividade, mas sim interesses pessoais.
O advogado informou que a empresa está em recuperação judicial devido à má gestão anterior, que colocou a VR Brasil em uma crise financeira. Ele destacou a necessidade de preservar o processo de recuperação judicial em casos de bloqueio de bens.
Relembre o caso da VR Brasil
A VR Brasil vendia cotas de investimentos imobiliários em Santa Catarina, prometendo um rendimento de 3,3% ao mês, baseado na valorização imobiliária no estado. Investidores depositavam entre R$ 10 mil e R$ 30 mil mensalmente na empresa, com alguns chegando a investir quase R$ 1 milhão no total.
Entretanto, os investimentos não geraram o retorno esperado. Em 16 de maio, o sócio administrador da VR Brasil, Márcio Ramos, faleceu em um acidente de moto em Florianópolis. Alguns investidores suspeitam que a morte foi forjada, mas a Polícia Civil concluiu que a morte realmente ocorreu.
A Polícia Federal e o Ministério Público de Santa Catarina estão investigando se as ações da empresa violaram o Sistema Financeiro Nacional.
Com informações do portal ND MAIS